segunda-feira, 13 de março de 2023

Portugal no século XIII - As atividades económicas

 
 
Após a formação do reino no século XIII, desenvolveram-se as atividades económicas, isto é as profissões que permitiam às pessoas criar aquilo que precisavam para a sua vida, em termos de alimentação, vestuários, instrumentos. Os recursos naturais passaram a ser explorados de um modo mais intensivo.  Existindo muitos bosques, a madeira era aproveitada para a construção de habitações e para o fabrico de instrumentos. Diversos animais (coelho, lebre, javali, veado) permitiam que fossem aproveitados para a alimentação e para a construção do vestuário.
 
A agricultura era a principal atividade económica. Produzia-se cereais, vinho, azeite, frutos, hortaliças e linho. Os utensílios para trabalhar na agricultura eram de madeira e construídos pelos camponeses. O arado era o instrumento agrícola mais importante. No século XIII foi introduzida a charrua que permitia criar sulcos na terra mais profundos, o que melhorava as colheitas. A Criação de animais e a pastorícia permitiam ajudar no trabalho e obter alimentos, lã e peles.
 
Outra das atividades económicas do século XIII foi a pesca. As espécies capturadas nos rios e no mar permitiam abastecer os mercados dos campos e das cidades, sendo também secadas ao sol e conservadas em sal, quando não eram consumidas. 
 
Para fabricar objetos necessários à vida existiam os artesãos que os fabricavam para as habitações, vestuário ou para as diferentes profissões, como redes de pesca, cestos, velas de cera, barcos, entre outros. O fabrico destes objetos era feito pelos artesãos que aproveitavam as matérias-primas dadas pela Natureza, como o vime, o barro, a cera,  a pedra, a madeira, o linho ou as peles dos animais. Existiram artesãos rurais que trabalhavam nas zonas do campo e urbanos que trabalhavam nas cidades.
 
O comércio era outra das atividades económicas que existiam no século XIII. As trocas comerciais faziam-se usando a via terrestre, a os rios (via fluvial) e os mar (via marítima). As mais preferidas pelos comerciantes eram as vias fluvial e marítima, porque eram sujeitas a menos impostos e porque os rios sendo mais navegáveis do que hoje permitiam realizar a lição às zonas de costa.  As trocas comerciais faziam-se nas feiras que podiam ser mensais ou anuais.  As feiras eram criadas a partir da atribuição dessa possibilidade por carta de feira. As feiras em alguns locais tinham direitos especiais, eram as feiras francas, onde os comerciantes não pagavam impostos. Para a realização das feiras era preciso alguém que levasse os produtos até às feiras. Era essa a função dos almocreves.
 
O comércio realizado nas feiras chamava-se comércio interno, mas também existia o comércio com outros países, a que se dá o nome de comércio externo. Neste comércio importava-se (comprar a outro país) e exportava-se (vender a outros países). Portugal mantinha relações comerciais com a zona da Flandres, França, Inglaterra e algumas cidades italianas. Portugal importava sedas, armaduras, tecidos, cereais, metais, especiarias e exportava fruta, azeite, sal, peixe, mel e cera.
 
Com o aumento do comércio durante o século XIII as cidades cresceram, destacando-se  Lisboa e o Porto. As habitações alargaram-se para fora das muralhas. A moeda começou a circular de um modo mais intenso. Surgem os burgueses, que habitavam o burgo, uma parte da cidade e que se dedicavam ao comércio e à produção artesanal. Com o tempo tornar-se-ão um grupo social muito importante.

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