terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

O condado portucalense (a sua independência)

Com a morte do conde D. Henrique em 1109, D. Teresa passou a governar o Condado Portucalense. D. Afonso VII, o novo rei de Leão, a partir de 1126 exigiu a D. Teresa que esta fosse fiel ao estabelecido na doação do condado ao seu marido, D. Henrique. O filho de D. Teresa não concordava com esta fidelidade e desde muito cedo manifestou ideia de que o condado fosse independente. Assim era preciso que ele governasse o condado. Para isso derrotou a mãe na batalha de São Mamede em 1128 e após várias batalhas contra o rei de Leão, este reconhece a independência no Tratado de Zamora, em 1143.

D. Afonso Henriques viu o condado tornar-se um reino independente, chamado Portugal e ele próprio como rei desse reino. A ideia de Afonso Henriques era alargar o território para sul. Procurou combater os muçulmanos e conquistar importantes cidades como Leiria, Santarém e  Lisboa (1147). 
Nesta última teve a ajuda importante dos cruzados (guerreiros cristãos que lutavam em nome da fé cristã) conseguindo alargar as fronteiras do condado para lá do rio Tejo. 

Em 1179 o Papa reconheceria o reino de Portugal, como um reino por direito na Península Ibérica. D. Afonso Henriques morreria em 1185 com o reino a ter a fronteira sul na parte norte do Alentejo.  D. Afonso II em 1223 alargaria um pouco mais a fronteira, D. Sancho II reconquistaria toda a zona do Alentejo e D. Afonso III terminaria a reconquista em 1249 com o domínio do Algarve. Em 1297 seria celebrado o Tratado de Alcanizes que estabeleceria as fronteiras entre o reino de Portugal e o reino de Leão e Castela.

Imagem: a mais antiga representação de D. Afonso Henriques. É datada do final do século XII ou início do século XIII e já se podem observar a espada, o manto real a coroa de rei.
Créditos da imagem:Museu Arqueológico do Carmo / José Pessoa /IMC)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

A Reconquista Cristã

A conquista muçulmana não se fez sentir em toda a Península Ibérica. Os cristãos refugiando-se nas serranias do Norte e Noroeste da Península, iniciaram a reconquista do território, formando novos reinos que se foram alargando sucessivamente para sul. O primeiro desses reinos foi o das Astúrias, formado no século VIII, que depois seria chamado de Leão.

Neste processo de reconquista desempenhou grande papel a Igreja Católica que com a sua ideia de utilizar soldados que combatiam em nome da fé cristã (os cruzados) veio alimentar o desejo de muitos cavaleiros que viram aí forma de enriquecer, mas também de difundir a sua fé. 
Foi com D. Afonso VI, rei de Leão que um desses cavaleiros receberia um condado (O Portucalense) pela ajuda prestada no combate aos muçulmanos, justamente o conde D. Henrique, vindo da Borgonha.

O Condado Portucalense estendia-se entre um pouco a sul do Minho e ia até à zona do rio Mondego. D. Henrique deveria administrar o condado e prestar vassalagem ao rei de Leão. Este concedeu ao conde D. Henrique a possibilidade de casar com uma das suas filhas, D. Teresa. Após a morte do conde D. Henrique viveram-se períodos de grandes conflitos dentro do Reino de Leão e a luta entre D. Teresa e Afonso Henriques enquadram-se neste domínio pelo controle do poder dentro do Condado Portucalense e da sua integração no reino de Leão.