sábado, 6 de novembro de 2021

A guerra civil entre liberais e absolutistas

1. A luta entre liberais e absolutistas
As ideias liberais e a instauração do Liberalismo em Portugal foram mal recebidos pela nobreza e pelo clero. A Constituição de 1822, ao definir a igualdade dos cidadãos perante a lei, punha em causa muitos dos privilégios do clero e da nobreza. Na grande parte da população havia um fraco conhecimento dos novos ideais e por isso mantinha-se uma certa indiferença aos novos princípios. Os liberais tiveram bastantes dificuldades em conseguir um apoio alargado para a sua causa. Neste sentido,  D. Miguel e sua mãe D. Carlota Joaquina foram organizando pequenas revoltas para repor o Absolutismo. Estas suas iniciativas não tiveram sucesso.

Após  morte do rei, D. João VI nenhum dos seus filhos estava em Portugal. D. Pedro era imperador do Brasil e D. Miguel estava exilado na Áustria devido a ter participado na organização de revoltas absolutistas. Perante este cenário, as Cortes aclamaram D. Pedro como herdeiro da Coroa portuguesa. D. Pedro, ele próprio redigiu um novo texto constitucional, uma carta, de 1826, onde reforçava os poderes do rei. Abdicou do trono português em nome da sua filha D. Maria da Glória e propôs que D. Miguel jurasse a Carta Constitucional e regressasse a Portugal para ser Regente, devendo mais tarde casar com a sua sobrinha.

D. Miguel aceitou as condições, regressou a Portugal em 1828, mas não cumpriu o estabelecido. Governando de acordo com os princípios do absolutismo, levou a revoltas no País e nas ilhas atlênticas por parte dos liberais. D. Miguel faz-se aclamar rei absoluto e inicia uma perseguição aos liberais, levando muitos a emigrar para França e Inglaterra. Vila Praia da Vitória, na Ilha Terceira (Açores) foi um dos locais mais importantes da resistência liberal.

2. A guerra civil
Perante as dificuldades criadas por D. Miguel, D. Pedro decidiu que deveria repor a ordem em Portugal e abdicando do trono brasileiro em favor de seu filho dirigiu-se à Grã-Bretanha para encontrar apoios para a causa dos liberais.
Organizou uma expedição liberal para depor o seu irmão, D. Miguel. Na ilha Terceira reuniu uma armada liberal e assumiu a Regência em nome da sua filha ainda menor, D. Maria da Glória e formou um governo liberal. 

Desembarcando no Porto iniciou o confronto com os absolutistas, dando início à guerra civil. Em Junho de 1833, uma expedição naval liberal sai do Porto e dirige-se para o Algarve, ocupando Lisboa a 24 de julho desse ano. D. Miguel tentou responder a este movimento para sul, mas foi derrotado. A paz foi assinada em 1834, na Convenção de Évora Monte, tendo D. Miguel abandonado o país. D. Pedro assumiu a regência do reino e repôs a Carta Constitucional. Com a morte de D. Pedrol, D. Maria subiu ao trono. 

A independência do Brasil

A fuga da família real para o Brasil aquando das invasões francesas levaria a que corte aí se fixasse e viesse a alterar a situação do território brasileiro como colónia. Na verdade, a corte ficou no Brasil catorze anos, o que a fez desenvolver muito. Foi incentivado o povoamento, muitos imigrantes foram atraídos, fundadas novas cidades e a agricultura e a indústria forma muito dinamizadas. O comércio externo desenvolveu-se tornando-se muito lucrativo e com a abertura dos portos brasileiros em 1808 esse dinamismo comercial acentuou-se.

Em 1822, o rei D. João VI jurou a Constituição redigida pelas Cortes Constituintes e deixou D. Pedro, o seu mais velho a governar o território como regente. O Brasil e os seus residentes iam manifestando algumas ideias de autonomia política, o que era apoiado por D. Pedro. As Cortes de modo a evitar a concretização dessas possibilidades de autonomia ordenaram que D. Pedro também regressasse ao Reino, o que foi recusado por este. 

Nesse mesmo ano de 1822, D. Pedro recebe o título de Protetor e Defensor do Brasil e na primeira Assembleia Constituinte brasileira declara-se a separação entre Portugal e o Brasil.

 A independência do Brasil foi declarada em 1822, tendo D. Pedro aclamado-se imperador do mesmo. A notícia foi mal recebida em Portugal, tendo os absolutista responsabilizado as Cortes e os liberais pela perda da colónia brasileira. A fuga da família real para o Brasil iria assim alterar profundamente a situação da colónia brasileira em poucos anos, tornando-se em 1822 um reino independente.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

A Constituição Liberal de 1822

A Constituição de 1822 foi a principal contribuição das Cortes Constiutintes para mudar o tipo de monarquia que existia em Portugal. Apesar dessas mudanças era necessário que o Rei viesse para o Reino, que regressasse do Brasil. No dia 1 de outubro de 1822 D. João VI jurou as bases da Constituição nas prórias Cortes. Iniciava-se o período da Monarquia Constitucional. Este juramento do rei não foi seguido pela rainha, Carlota Joaquina e por um dos seus filhos D. Miguel. Estes estavam mais próximos das velhas ideias absolutistas e pretendiam repor em Portugal a Monarquia Absoluta. 

A Constituição de 1822 construída à volta das ideias liberais estabelecia o direito à liberdade, à igualdade e à segurança dos portugueses. A Constituição de 1822 e a Revolução que a permitiu construir, a de 1820 estabeleceram em Portugal o Liberalismo como regime político e económico. 

A Constituição de 1822 estabelecia a separação entre os poderes legislativo (fazer as leis), executivo (executar as leis) e judicial (julgar quem não cumpre a lei).  
O poder legislativo pertencia à s Cortes. Os deputados eram eleitos de dois em dois anos pelos cidadãos maiores de 25 anos. Não votavam as mulheres, os analfabetos, os frades e os criados. 

O poder executivo pertencia ao rei e ao seu governo. A nomeação do rei continuava a seguir a linha hereditária.
O poder judicial era atribuído aos tribunais.

A revolução liberal de 1820

1. Os antecedentes da revolução liberal de 1820
Portugal após as invasões francesas ficou numa grave crise económica, pois culturas agrícolas e fábricas tinham sido destruídas. A importação de bens estrangeiros, sobretudo à Grã-Bretanha aumentou consideravelmente. O apoio dado por esse País financeiramente colocou Portugal na sua depedência económica. O fim das invasões não significou o fim da influência e domínio ingleses, pois da economia ao exército tudo era controlado pela Grâ-Bretanha. 
O ponto mais alto dessa dependência ocorreu em 1810 quando os portos brasileiros se abriram ao comércio internacional. O descontentamento popular foi materializado pela tentativa de golpe de Gomes Freire de Andrade que tentou derrubar a presença inglesa, embora não o tenha conseguido. O fracasso do golpe de Gomes Freire de Andrade fez aumentar o descontentamento no País e sobretudo em Lisboa e no Porto as ideias liberais iam-se difundindo. 
As ideias liberais defendiam valores vindos da Revolução Francesa e que tentavam que na sociedade portuguesa, a liberdade (não ser preso sem culpa formada), a propriedade privada, o falar e escrever sem censura e a igualdade de direitos para todos fossem possíveis. A burguesia procurava construir uma sociedade onde a iniciativa e capacidades individuais não fossem limitadas pelos privlégios do clero e da nobreza. Desejava um outro tipo de monarquia, que não fosse absoluta.

2. O movimento revolucionário de 1820
A cidade no Porto era nas vésperas de 1820 um importante centro comercial, onde viva uma burguesia rica e ativa. Esta riqueza vinha sobretudo do comércio do vinho do Porto. A cidade era frequentada por muitos estrangeiros, alguns escritores, artistas que defendiam as ideias liberais e que iam ganhando força entre os intelectuais e burgueses nacionais. Havia um entusiasmo para que ocorresse uma mudança. Entre eles destacaram-se Manuel Fernandes Tomás, Ferreira Borges, ou José da Silva Carvalho. Com o tempo alguns militares juntaram-se a este grupos. 

A 24 de Agosto de 1820 aproveitando a viagem de Beresford no Brasil, fizeram ecoldir uma revolução, que teve o apoio popular e que proclamava o fim da monarquia absoluta e pedia o regresso do rei do Brasil. Apesar das dificuldades inciais, também em Lisboa e depois no País se deu o apoio à revolução iniciada no Porto. Foi nomedao um governo provisório, A Junta Provisional que tinha elementos da cidade de Lisboa e do Porto. Foram organizadas as primeiras eleições em Portugal, cujo objectivo era eleger deputados para as Cortes Constutuintes. Das eleições resualtaram sobretudo deputados de origem burguesa. 

As Cortes Constituintes tinham a  função de redigir uma Constituição, isto é, uma lei geral, em que estivessen consagrados as ideias e princípios liberais. Ao lado da Constituição, os deputados criaram muitas leis importantes, como a abolição da censura, o fim de impostos agrícolas que vinham do período senhorial, ou a extinção formal da Inquisição. A Constituição ficou pronta em março de 1822 e por isso assim é designada, Constituição de 1822.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

A revolução francesa e a sua influência em Portugal (resumo geral)

 


As invasões francesas

Decorrente da rejeição de Portugal ao Bloqueio Continental, a França invadiu o Reino em 1807 com um exército comandado por Junot. Esta primeira invasão foi um misto de receio e grande expectativa, pois na burguesia existia quem achasse que as ideias da Revolução Francesa poderiam ter influência por cá. Na altura Portugal era governado pelo filho da rainha D. Maria I, e que seria o futuro D. João VI. Era assim neste momento apenas regente do reino. 
Perante a 1ª invasão francesa, a família real e a Corte acabaram por fugir do Reino, em direção ao Brasil. A ideia era manter o país independente decidindo mudar para outra parte do Império o seu governo. Ficou no país uma junta de regência que governaria o Reino em nome do príncipe D. João. Após a chegada a Lisboa, Junot passou a governar o reino e manteve uma ação de saque do património, das culturas agrícolas e dos bens nacionais, o que obrigou a uma resistência por todo o reino que viria a ser ajudada pela chegada dos Ingleses. Derrotados na Roliça e no Vimeiro, os Franceses abandonaram o País.
 Os franceses voltariam a fazer mais duas invasões ao Reino. Uma em 1809, comandada por Soult que tentou entrar pela zona norte do País. Uma grande resistência popular auxiliada pelos ingleses, comandados por Arthur Wellesley obrigaria à retirada dos franceses. O episódio da Ponte das Barcas, no Porto, ou  a destruição das povoações foram aspetos muito negativos desta 2º invasão. 
Finalmente em 1810, Massena comandaria a 3ª invasão francesa ao Reino. Portugueses e britânicos construíriam uma linha de defesa à cidade de Lisboa, as chamadas Linhas de Torres Vedras. Derrotados em 1811, Portugal manteria a sua independência. As iniciativas de Napoleão para construir um Império terminariam em 1815 com a sua derrota em Warterloo. Os vencedores deste conflito decidiram no Congresso de Viena, em 1815 redesenhar os territórios anteriores às conquistas de Napoleão.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

A Europa no tempo de Napoleão


Os últimos anos do século XVIII marcam em França uma rutura com a sociedade que existia há diversos séculos, a sociedade do Antigo Regime. Suportada por uma monarquia absoluta e por um papel político, económico e social de privilégios à nobreza e ao clero, esta sociedade cairia lentamente a partir da data mítica de 1789. Nesta data, uma revolução liderada pela burguesia e apoiada pelo povo colocou termo a essa sociedade do Antigo Regime. Nasciam novas ideias em que se defendia que todos os homens eram livres e iguais perante a lei, tendo nesse sentido abolido grande parte dos privilégios do clero e da nobreza e com eles a monarquia absoluta.

O rei Luís XVI foi condenado à pena de morte e  apartir desse momento a França entrou num período de grande agitação política e social que duraria várias décadas. 

Em 1799 a França vivia uma grave crise económica e social. Foi nesse contexto que Napoleão Bonaparte tomou o poder e tinha como ambição conquistar e governar a Europa tentando criar um Império Francês. Os países europeus recearam que as transformações ocorridas em França ao nível da Monarquia Absoluta e do Antigo Regime chegassem aos seus países e assim travaram-se diferentes batalhas entre a França, A Grã-Bretanha, a Rússia e a Prússia.  

Incapaz de dominar a Grã-bretanha que tinha uma superioridade naval significativa, tentou a França um bloqueio continental dos países europeus ao seu comércio. Portugal que era um antigo aliado da Inglaterra hesitou em cumprir este bloqueio acabando por não aceitar o desafio de Napoleão. Este acontecimento terá consequências significativas na História de Portugal por aquilo que trouxe na governação do país.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Ficha de avaliação n.º 1 - Correção

 I - O império Português - o poder absoluto, a sociedade das ordens e a arte no século XVIII

1.1. 

 
  1.2. A colónia mais importante para a economia portuguesa no século XVIII era o Brasil. Vários produtos coloniais chegavam do Brasil com destaque para o açúcar e o ouro e as pedras preciosas. estes produtos deram muito rendimento económico à Coroa.

2.1. A Monarquia absoluta foi um sistema de governo em que os diferentes poderes (legislativo, executivo e judicial) se concentravam na figura do rei. Este assumia uma dimensão divina, o que lhe conferia um poder absoluto sobre a sociedade. 

3. Grupos privilegiados:

A nobreza tinha como funções combater no espaço do Império. Tinha grandes privilégios, pois estava muito próximo da Corte e assim recebia muitas rendas, não pagando impostos obre as terras que tinha. Era a nobreza que detinha muitos dos lugares de administração no império português em diferentes continentes.

O clero tinha como função o serviço religioso, a educação e a assistência médica. Tal como a nobreza não pagava impostos. A expansão e a missionação de outros povos conferiu-lhe muito poder e riqueza.

O povo que incluía a burguesia não tinha privilégios e dedicava-se à agricultura, ao artesanato e ao comércio. A expansão marítima veio dar à burguesia um papel importante importante no comércio.

II - A 2.º metade do século XVIII - A ação do marquês de Pombal

1.1. A catástrofe identificada na figura é o grande terramoto de 1755, ocorrido em Lisboa.

1.2. A tarefa de reconstrução de Lisboa foi dada a Sebastião José de Carvalho e Mello, que ficou conhecido como o marquês de Pombal.

2.1. 

a) No século XVIII, os portugueses importavam produtos de luxo, sobretudo de França. Falso

b) O marquês de Pombal criou novas indústrias e apoiou as já existentes. Verdadeiro

c) A Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto Douro foi criada para desenvolver a pesca nacional. Falso

d) O governo de Pomabal desenvolveu o ensino e a instrução pública. Verdadeiro

e) Na reconstrução de LÇisboa foi adotado um plano geométrico com ruas largas. Verdadeiro

3. Ordenação cronológica doas acontecimentos:

  • Descoberta de ouro em Minas Gerais, no Brasil.
  • Início da construção do Palácio-Convento de Mafra.
  • Terramoto em Lisboa.
4. ....


 

 


 
 
 
 

 

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

A acção de Pombal


1. O Marquês de Pombal e o seu tempo
A História como processo de organização das sociedades depende sobretudo do conjunto das pessoas que a constituem. No entanto, há figuras que pela sua ação e características pessoais fazem evoluir a sociedade, pelas marcas que lhe colocam. José Sebastião de Carvalho e Melo, conhecido como o marquês de Pombal, é uma dessas figuras.
D. José I sucedeu ao rei D. João V e nomeou um funcionário de grande confinaça, justamente, José Sebastião de Carvalho e Melo. Ele foi primeiro-ministro do Reino, o que fez o rei dar-lhe alguns títulos como, conde de Oeiras ou marquês de Pombal. Na 2ª metade do século XVIII, o absolutismo tinha já entrado em decadência na Europa. 
Tinham surgido novas ideias sobre como o rei devia governar e uma delas era designada de depostismo esclarecido. O marquês de Pombal admirava em particular esta teoria. Defendia assim, que o governo do Reino, se conduzido por um pensamento esclarecido por parte do rei e dos seus ministros, ainda que seja absoluto, podia atingir melhores resultados para o País. Em Portugal o rei tinha pouca autoridade e quem a exercia realmente era o marquês de Pombal.
No reinado de D. José I vários acontecimentos marcaram este período e a ação de Pombal. O terramoto de 1755 foi só um deles. O “atentado” ao rei, o julgamento e execução pública dos Távoras ou a expulsão dos Jesuítas foram outros.

2. O terramoto de 1755
No dia um de novembro de 1755, a cidade de Lisboa foi vítima de um forte terramoto, onde morreram centenas pessoas e muitos edifícios ficaram destruídos. As cartas das descrições da época revelam uma forte destruição da cidade e um clima de grande aflição entre as pessoas. O marquês após o terramoto mandou restabelecer a ordem nas ruas da cidade, de modo a impedir os roubos e de forma a cuidar dos feridos. O marquês pensou na reconstrução da cidade, tendo entregue o plano a duas figuras importantes, Manuel da Maia e Eugénio dos Santos. A reconstrução da cidade de Lisboa, conhecida como a Lisboa Pombalina fez a reconstrução da cidade ao nível das ruas e praças, mas também procurou criar uma rede de esgotos e um novo sistema de iluminação. O nivelamento em altura dos edifícios, os passeios nas ruas, a utilização de materiais mais resistentes a terramotos ou o sistema de gaiola nos edifícios forma algumas das inovações do projeto da Lisboa Pombalina. Toda a ideia de reconstrução obedeceu a um plano rigoroso para criar uma nova cidade, à imagem do poder real.

3. As reformas de Pombal
A ação do marquês de Pombal conduziu-se por grandes transformações no País. Reorganizou a a administração do País e tentou dinamizar as atividades económicas. Procurou que a agricultura em algumas das suas produções se desenvolvesse. Incentivou o desenvolvimento das manufaturas. A monarquia financiou e protegeu “indústrias” importantes, como a da seda (Real Fábrica das Sedas), ou a das cordas (Cordoaria Nacional). 

Estas manufaturas eram desenvolvidas com base num monopólio real que lhes concedia empréstimos e as isentava de alguns impostos. Ao mesmo tempo foram criadas diferentes manufaturas em diversas cidades do litoral. O marquês criou ainda grandes companhias comerciasi que tinham o monopólio do comércio de determinados produtos em diferentes zonas do Império Português, no Algarve, no Douro, no Brasil. O marquês procurava favorecer a burguesia como elemento social que organizava estas atividades e reduzir os privilégios do alto clero e da alta nobreza.
Neste sentido fez igualmente reformas no ensino tendo criado escolas públicas, alterou o ensino universitário, abriu escolas técnicas e fundou uma escola para a nobreza, o colégio dos Nobres para assegurar uma modernização do governo do Reino.

4. A vida cultural no tempo de Pombal
O governo de Pombal e o reinado de D. José I foram influencidos pelas ideias de mudança cultural que existiam na Europa neste período. Existiam um conjunto de estudantes que estudavam no estrangeiro, em outros Países e quando vinham ao Reino transportavam as novas ideias. Eram chamados de estrangeirados e deles podemos destacar Ribeiro Sanches ou Luís António Verney. Com estas ideias vindas da Europa, também em Portugal se criaram círculos de pessoas que estudavam determinados assuntos. Eram as Academias onde a discussão de ideias científicas se desenvolveram. 

Ao seu lado os cafés foram igualmente locais de discussão de ideias e de troca de impressões sobre assuntos ligados à Ciência, à Literautura, ou à Arte. Nesses encontros liam livros, trocavam opiniões e faziam debates informais sobre diversos assuntos. Também o teratro e em particular a ópera se desenvolveu neste período por influência real. 

Na arquitetura ainda se construía de acordo com o estilo barroco, embora na 2ª metade do século XVIII se tenham introduzido novas formas de construir edifícios. Na pintura. Vieira Lusitano e na escultura Machado de Castro forma nomes que deixaram uma obra importante. A estátua do rei D. José na Praça do Comércio, centro da Lisboa Pombalina é um dos sinais mais evidentes da ligação da cultura ao poder real e à importância da Coroa neste período.
Apesar de todas estas transformações o País não recuperou o seu atraso económico, o que só se verificaria  com a Guerra Peninsular e com a chegada das ideias da Revolução Francesa.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

O Barroco

1. A arte no tempo de D. João V

O reinado de D. João V que ocupou a primeira metade do século XVIII foi um período de grande atividade artística.
Construíram-se edifícios religiosos e civis, e muitos deles eram financiados pelo rei. Para o planear, D. João V contratou arquitetos italianos e alemães. A grande construção do reinado de D. João V foi o Convento de Mafra. Foram também de iniciativa do rei a construção da Biblioteca da Universidade de Coimbra e o Aqueduto das Águas Livres de Lisboa. 
As construções destes período tinham um conjunto de características que ficou conhecido como o estilo barroco. Vejamos as suas principais características.

2. O Barroco

O Barroco como estilo artístico teve a sua origem em Itália no século XVII e rapidamente se expandiu por toda a Europa. O Barroco tinha muitos elementos decorativos e esta era uma característica que o absolutismo real apreciava, pois representava a sua grandiosidade e poder. A arte barroca manifestou-se na arquitetura, na escultura, na música e na literatura. 
Em Portugal, o Barroco teve a sua maior expressão no século XVIII, com a construção de grandes monumentos, ricamente decorados com mármore, azulejo e talha dourada. 
Na arquitetura misturavam-se nas fachadas dos edifícios figuras humanas, linhas curvas e contracurvas, flores, conchas. A utilização de grandes escadarias era também muito frequente. A ideia de movimento estava muito presente devido à utilização frequente de linhas curvas.
A talha dourada foi uma técnica muito desenvolvida no século XVIII que consistia em trabalhar a madeira de modo a ser esculpida, a que depois era colocada uma folha de ouro. As remessas do ouro brasileiro financiaram as despesas com estas obras realizadas em igrejas e em diversos objetos. 

Na pintura o Barroco também desenvolveu obras importantes em Portugal, como foi o caso da pintora Josefa de Óbidos. Esta pintora usava muitos contrastes de luz e sombra no seus quadros. 
A utilização de painéis de azulejos em igrejas e outras construções ligadas ao Rei, à Nobreza e ao Clero é outra das características do estilo barroco.

(Imagens: Igreja da Misericórdia, 1748, Porto; Capela das Malheiras, Viana do Castelo, Século XVIII; Igreja de Santa Clara, Porto, Século XVIII e pintura de Josefa de Óbidos, Natividade, 1650).

O século XVIII - Sociedade e poder político

Os anos que decorrem entre 1707 e 1750 são marcados pelo governo do rei D. João V. 
A sua ação pode ser caracterizada como a de um rei absoluto. A monarquia absoluta atinge no século XVIII a sua máxima expressão. O absolutismo era uma forma de governo que concentrava no rei os diferentes poderes, ou seja, o legislativo (fazer as leis), o executivo (executar a governação) e o judicial (julgar o cumprimento da lei). 

D. João V centralizou o seu governo em si e num grupo próximo de ministros, e retirou às Cortes o papel político que tinha tido em séculos anteriores. 
A sociedade portuguesa era formada por três grupos sociais, a saber, o clero, a nobreza e o chamado terceiro estado que incluía o povo e a burguesia. O clero e a nobreza eram grupos privilegiados. As suas funções estavam muito identificadas na sociedade (apoiar o rei no governo do país e ter uma função de defesa do reino [nobreza] e de serviço religioso e de construção da fé cristã [clero]). 

O clero tinha uma outra função muito importante que era a de presidir ao tribunal da Inquisição, cuja função era vigiar os que poderiam não praticar a fé cristã. A perseguição aos cristãos-novos e a execução nos autos-de-fé permitia manter privilégios e foi uma das mais negativas ações do clero e da monarquia na sociedade portuguesa.

No terceiro estado o elemento mais importante era a burguesia. O desenvolvimento de algumas “indústrias” e a participação no comércio internacional fez enriquecer os membros deste grupo que viviam sobretudo nas cidades. A maior parte do terceiro estado pertencia ao povo formado por agricultores e artesãos que desenvolviam as suas atividades em diferentes espaços do território nacional.
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Documento: Os reis são juízes das riquezas e da fortuna dos seus vassalos, dispensadores da Justiça e distribuidores das mercês. No governo monárquico, o supremo poder reside todo inteiramente na pessoa de um só homem, o qual, não reconhece outro poder no mundo. O rei escolhe as pessoas que lhe parecem mais próprias para exercitarem nos diferentes ministérios do governo.

José Seabra da Silva, Dedução Cronológica, (adaptado).

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Entre o século XVII e XVIII


O século XVII foi um período de crise económica, social e política, de certo modo semelhante à que se tinha vivido no século XIV.  Em ambas se verificou de um modo distinto uma libertação face a Castela e a Espanha.  Por outro lado, em ambas se verificou a transferência de poder entre grupos. Na primeira da alta nobreza para cavaleiros e burgueses e a segunda de governantes estrangeiros para um grupo de fidalgos que se queriam libertar do poder castelhano. 

As duas têm no entanto uma grande diferença. A crise do século XIV concedeu oportunidades a grupos alargados da população, a do século XVII limitou essas oportunidades a um grupo reduzido da população. Só existia liberdade de comércio no reino e no Brasil. Neste território diferentes elementos dos vários grupos sociais podiam ter acesso a diferentes oportunidades, mas os lucros eram muito limitados a uma minoria. A crise do século XVII trouxe transformações, mas de sentido diferente às que tinham ocorrido no século XIV.

O quadro social e económico que saiu da crise do século XVII não pode ser caracterizado como de progresso económico. A administração feita pela Coroa era pouco eficaz e estava dominada por interesses locais, sobretudo associados aos interesses e poder de fidalgos e de membros locais do clero. A nobreza tinha uma atitude de grande consumo de produtos de luxo (alimentação, vestuário) e vivia segundo uma ideia não produtiva para o País. O poder da Coroa e do Estado diminuíram e só iriam melhorar no fim do século XVIII.

O século XVIII trará algumas alterações, onde encontramos uma nova forma de arte, o barroco e a chegada do ouro e dos diamantes brasileiros. Esta chegada fez criar um conjunto de hábitos improdutivos no País. Foram construídas muitas igrejas ricamente decoradas, muitos palácios de construção sumptuosa e eram dados muitos concertos na corte e nos solares da alta nobreza. Criaram-se academias, bibliotecas, mas tudo isso era para exclusivo benefício de uma  minoria ligada à nobreza e algum clero. As relações com o exterior por parte da Coroa mantinham uma ideia de luxo que era contraditória com os modos de vida de grande parte da população.

O século XVIII, na sua 2ª metade observaria algumas alterações que mudaram um pouco este quadro. Os estrangeirados (alunos que estudavam no estrangeiro e que regressaram) que mostraram a importância de reduzir as ideia de aparência e de luxo, que esclareceram da necessidade de desenvolver as actividades económicas e de acolher a participação de todos levariam a algumas mudanças importantes. Nascia o despotismo esclarecido, no qual uma figura terá um papel determinante, o Marquês de Pombal.

Só no século XIX com as Invasões Francesas e sobretudo com as ideias da Revolução Francesa e com algum triunfo da burguesia se deram alterações capazes de transformar o País. As alterações foram feitas à base de muito confronto e contradição entre diferentes elementos. O preço pago pela crise do século XVII e da União Ibérica foi muito alto e ficaria por muitas décadas. São essas consequências ainda presentes nos séculos XVIII e XIX que serão tratadas no estudo da desta disciplina no próximo ano lectivo, assim como aquilo que o século XX soube construir.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

A colonização do Brasil


Os navegadores portugueses chegaram ao Brasil e logo ficaram maravilhados com a beleza das florestas, das aves e dos frutos. Quando lá chegaram os Portugueses encontraram povos ameríndios, os designados “Índios” que tinham uma estreita relação com a Natureza. Eles revelaram-se muito pacíficos e acolhedores. Deixaram, assim também os portugueses, utilizarem as suas casas. Estes povos tinham uma pela de cor avermelhada. Dedicavam-se à pesca, à caça e cultivavam alguns produtos.

No início, os portugueses não mostraram grande interesse na exploração económica e povoamento deste território, na América. O Império Oriental era muito importante e era difícil um país tão pequeno manter um espaço geográfico tão vasto. Em 1530, no reinado de D. João III, iniciou-se a colonização do Brasil. O rei dividiu o Brasil em capitanias e entregou cada uma delas a um “ capitão donatário “ com a finalidade de promover o povoamento e exploração dos recursos naturais. A partir da segunda metade do século XVI foi criado o governo-geral do Brasil, pois o Rei tinha dificuldade em fazer aplicar as suas decisões num território tão distante. 

     Os colonos portugueses começaram numa primeira fase, a realizar a exploração do pau-brasil e começaram a cultivar a cana-de-açúcar e a bananeira. Os Índios eram poucos e não tinham muita resistência para um trabalho que era muito duro e, por isso, os portugueses começaram a levar para o Brasil escravos africanos que vinham da costa da Guiné. O trabalho nas plantações de cana-açúcar e o transporte do pau-brasil foram as suas tarefas mais importantes. Algumas tribos índias foram integradas, mas outras foram escravizadas e muitos índios morreram, o que foi um dos aspetos mais negros da colonização portuguesa e europeia. O açúcar deu um grande rendimento à Coroa portuguesa, pois era um produto muito valioso. Em séculos posteriores o ouro, a criação de gado e a plantação de café dariam grandes lucros à colonização deste território para a Coroa de Portugal.

 Nádia Arantes, 5.º FB

terça-feira, 1 de junho de 2021

Biografias (III) - O Infante D. Henrique

 

   O infante D. Henrique nasceu no Porto, no dia 4 de março de 1394 e faleceu em Sagres, no dia 13 de novembro de 1460. Era o quinto filho de D. João I e D. Filipa de Lencastre. Foi-lhe dado o nome de Henrique em honra e memória do seu tio materno.
    O infante fixou a sua residência no Algarve. Várias expedições foram feitas por sua iniciativa. Em 1418 foi feito o reconhecimento da ilha de Porto Santo e em e mais tarde o arquipélago da Madeira foi-lhe doado por D. Duarte. Em 142o é nomeado governador da Ordem de Cristo. Recebeu o cognome de "O Navegador".
   A conquista de terras tornou-se importante para ele e assim ele esteve presente no início da expansão, com a conquista de Ceuta, em 1415. Foi planeando as viagens de descoberta e exploração do mar e da costa, ao mesmo tempo que se realizaram algumas conquistas. O sonho do infante era chegar à Índia por mar. Para o infante foram muitas aventuras, conquistas, experiência e trabalho. O infante D. Henrique foi uma pessoa muito importante para o arranque da expansão portuguesa. 

Nádia, 5.º F
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   O Infante D. Henrique nasceu no Porto em 1394 e faleceu em 1460. Recebeu o cognome de "O Navegador", pelo grande impulso que deu aos Descobrimentos portugueses.
   Tudo começou com a conquista de Ceuta em 1415. Colonizou-se a Madeira e os Açores e explorou-se a costa africana.
   O sonho do Infante era chegar à Índia. O Infante convenceu os marinheiros portugueses para navegar para sul na costa africana. Foi difícil realizar as viagens marítimas por causa dos medos que haviam do mar, julgando-se existir monstros marinhos, aquilo que ficou conhecido como o mito do Mar Tenebroso. O Infante ficou muito famoso por ser o responsável pelos Descobrimentos Portugueses no início do século XV.

Simão, 5.º FB

Biografias (II) - D. João II

 D. João II subiu ao trono em 1481. No ano de 1474 ele tinha a seu cargo a organização das viagens marítimas. Quando reinava deu continuidade às descobertas ao longo da costa ocidental africana. O seu grande sonho era chegar à Índia por via marítima e assim ter acesso às especiarias e a outras riquezas do Oriente.

    Assinou o Tratado de Tordesilhas com Castela dividindo o mar e as terras do mundo entre eles e assim o espaço a oriente de Cabo Verde pertencia a Portugal. 
    D. João II lutou pela centralização do poder real e combateu o poder da nobreza. D. João II ficou conhecido pelo seu papel na expansão e pela forma exemplar como dirigiu o reino. A sua sensatez e integridade levaram a que ficasse para a História como o Príncipe Perfeito.

                                                                                                                                                                                                    Francisca, 5.º FB

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Biografias (I) - Cristóvão Colombo



Cristóvão Colombo nasceu em "Itália" em 1451 e faleceu em 1506. 

   Tinha grandes conhecimentos ao nível da Geografia, da Astronomia e da Matemática. Pelo facto de ser um homem estudado, permitiu que ele apresentasse ao rei D. João II. Nela defendia que a sua finalidade era descobrir o caminho marítimo para a Índia, navegando para ocidente. 
    Cristóvão Colombo apresentou a proposta ao rei D. JoãoII. Este recusou, tendo sido feito então  a mesma proposta ao rei de Castela. Em 1492, Cristóvão Colombo e a sua tripulação saem de Palos de La Frontera, em Castela e chegam dois meses depois a um novo continente, a América e ao seu ponto central, as Antilhas.
 Alexandre, 5.º FB

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Figuras da expansão marítima - D. João II


D. João II é uma das grandes figuras da História da expansão marítima. Denominado de O Príncipe Perfeito soube reconhecer as ameaças e os riscos que um reino pequeno tinha no contexto europeu daquele tempo. É ele que compreende que a ameaça de Castela deve ser combatida, que a nobreza deve ser dominada para que exista uma ideia de País, acima dos grupos sociais. É ele que compreende que a expansão para os mares era uma das possibilidades para o futuro do País. É ele o primeiro a criar os modos de se chegar às especiarias e à Índia.

O Tratado de Tordesilhas marca a sua capacidade para defender a posição de Portugal no Atlântico face à descoberta da América pelo Cristóvão Colombo. Defende essa posição que vai permitir assegurar zonas importantes do globo para futuras descobertas e mostra-nos como as suas informações eram certeiras para lá chegar. Não será com ele que os portugueses chegam à Índia, mas será no seu reinado que Bartolomeu Dias passará o cabo sul de África, o futuro cabo da Boa Esperança. É com D. João II que Portugal se afirma numa visão moderna e de dimensão global.

É com D. João II que nasce o estado moderno e se afirma o planeamento cuidado e estratégico da expansão marítima. É devido à sua ação que permite que Portugal se assuma no fim do século XV como um país de vocação marítima, onde a sua cultura e a sua língua se espalharão por diferentes continentes. Garantir a independência de Portugal, proteger as explorações da costa africana e chegar à Índia e às especiarias foram alguns dos grandes feitos. A ideia de um mar português é sem dúvida uma das suas grandes ações. 

D. João II nasceu em Lisboa a 3 de maio de 1455 e morreu em Alvor, no Algarve em 25 de outubro de 1495. Filho de D. Afonso V, acedeu ao trono em 1477 após o pai ter abdicado tendo apenas sido confirmado rei em 1481. Ajudou o pai nas campanhas em África e a partir de 1474 assume em si o controle da expansão marítima dando-lhe uma dimensão muito pessoal. Foi uma das grandes figuras da História do País e é um daqueles casos em que uma pessoa pode influenciar a sociedade e o modo como esta vive.