sábado, 6 de novembro de 2021

A guerra civil entre liberais e absolutistas

1. A luta entre liberais e absolutistas
As ideias liberais e a instauração do Liberalismo em Portugal foram mal recebidos pela nobreza e pelo clero. A Constituição de 1822, ao definir a igualdade dos cidadãos perante a lei, punha em causa muitos dos privilégios do clero e da nobreza. Na grande parte da população havia um fraco conhecimento dos novos ideais e por isso mantinha-se uma certa indiferença aos novos princípios. Os liberais tiveram bastantes dificuldades em conseguir um apoio alargado para a sua causa. Neste sentido,  D. Miguel e sua mãe D. Carlota Joaquina foram organizando pequenas revoltas para repor o Absolutismo. Estas suas iniciativas não tiveram sucesso.

Após  morte do rei, D. João VI nenhum dos seus filhos estava em Portugal. D. Pedro era imperador do Brasil e D. Miguel estava exilado na Áustria devido a ter participado na organização de revoltas absolutistas. Perante este cenário, as Cortes aclamaram D. Pedro como herdeiro da Coroa portuguesa. D. Pedro, ele próprio redigiu um novo texto constitucional, uma carta, de 1826, onde reforçava os poderes do rei. Abdicou do trono português em nome da sua filha D. Maria da Glória e propôs que D. Miguel jurasse a Carta Constitucional e regressasse a Portugal para ser Regente, devendo mais tarde casar com a sua sobrinha.

D. Miguel aceitou as condições, regressou a Portugal em 1828, mas não cumpriu o estabelecido. Governando de acordo com os princípios do absolutismo, levou a revoltas no País e nas ilhas atlênticas por parte dos liberais. D. Miguel faz-se aclamar rei absoluto e inicia uma perseguição aos liberais, levando muitos a emigrar para França e Inglaterra. Vila Praia da Vitória, na Ilha Terceira (Açores) foi um dos locais mais importantes da resistência liberal.

2. A guerra civil
Perante as dificuldades criadas por D. Miguel, D. Pedro decidiu que deveria repor a ordem em Portugal e abdicando do trono brasileiro em favor de seu filho dirigiu-se à Grã-Bretanha para encontrar apoios para a causa dos liberais.
Organizou uma expedição liberal para depor o seu irmão, D. Miguel. Na ilha Terceira reuniu uma armada liberal e assumiu a Regência em nome da sua filha ainda menor, D. Maria da Glória e formou um governo liberal. 

Desembarcando no Porto iniciou o confronto com os absolutistas, dando início à guerra civil. Em Junho de 1833, uma expedição naval liberal sai do Porto e dirige-se para o Algarve, ocupando Lisboa a 24 de julho desse ano. D. Miguel tentou responder a este movimento para sul, mas foi derrotado. A paz foi assinada em 1834, na Convenção de Évora Monte, tendo D. Miguel abandonado o país. D. Pedro assumiu a regência do reino e repôs a Carta Constitucional. Com a morte de D. Pedrol, D. Maria subiu ao trono. 

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