quinta-feira, 24 de novembro de 2022

A romanização

A romanização foi um processo de integração de um conjunto de territórios de diversos continentes num único Império. Foi feita com a utilização de uma língua, (o latim), das divindades que os romanos tinham, em particular o ritual ao imperador, da utilização de um conjunto de leis, pela construção de um conjunto de equipamentos nas cidades, como teatros, templos, aquedutos, praças, termas e de uma imensa rede de estradas. Com este processo procurou-se dar unidade a um vasto território - a chamada paz romana.

A romanização operou transformações no modo de vida dos povos peninsulares na organização das suas leis, nas atividades económicas e nas manifestações culturais. Organizadas como colónias ou municípios a sua governação imitava Roma e era feita por funcionários que vinham de Roma. Com a romanização desenvolve-se a agricultura, que abandonou a sua componente muito pastoril e assiste-se ao aumento da produção de cereais e de azeite. A exploração mineira, a pesca, a indústria da telha e do tijolo também se desenvolvem.

A telha e o mosaico são duas das grandes inovações da construção romana. As coberturas de palha ou lousa são abandonadas. A construção de estradas e de pontes revelou uma civilização de grande qualidade técnica e também ajudou à circulação entre as diferentes zonas do Império. A atividade económica dos Romanos fez aumentar a circulação da moeda, tendo sido encontrados vários exemplares em diferentes cidades, sobretudo a Sul. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

A civilização romana na P. Ibérica

A civilização romana desenvolveu-se entre os séculos VI a.C., e o século V, tendo sido uma das grandes civilizações da História, por um conjunto de manifestações culturais e humanas que produziu. Roma, a capital de um vasto império, que abarcou diferentes continentes (Europa, África e Ásia) organizou-se à volta do grande lago romano, o Mar Mediterrâneo, que justamente era designado pelos romanos por "mare nostrum".

A civilização romana herdou um conjunto de valores e ideias da civilização grega, mas deu-lhe uma abordagem mais prática, mais funcional. Preocupou-se muito com a expressão material dos seus valores. Não teria havido império romano sem três ideias muito simples:
1. Um exército muito bem organizado em legiões que suportava o poder do Imperador e mantinha a ordem num espaço imenso;
2. Um conjunto de estradas que levou a ideia romana a territórios muito distantes;
3. A instauração de um regime de escravatura que forneceu mão-de-obra gratuita para as diferentes actividades;

A partir do século III a. C., os Romanos conseguem realizar um conjunto de conquistas no Mediterrâneo, conseguindo no século II (149 a.C.) derrotar os Cartagineses que tinham neste mar atividades comerciais de grande significado. A conquista da Península Ibéria era assim muito importante para o domínio do comércio no Mediterrâneo. Até ao século I formaram um império vasto, onde os aspetos materiais desta civilização são muito evidentes. A sua língua e a sua cultura ultrapassariam o fim do Império, sendo nós hoje devedores da sua influência em diferentes domínios da vida: a língua, a organização administrativa, ou o direito.

domingo, 13 de novembro de 2022

Os povos do Mediterrâneo

Entre os séculos XII e V a.C., o mar Mediterrâneo assistiu ao grande movimento comercial que ligou os seus diferentes espaços. Estes povos chegaram até à Península Ibérica em momentos diferentes. Os Fenícios chegaram primeiro, junto ao século XII a.C., depois os Gregos no século VI a.C., e os Cartagineses no século V a.C.

Estes povos não procuravam conquistar algum espaço na Península Ibérica, mas tão só realizar atividades comerciais. Vinham procurar metais preciosos (estanho, ferro, ouro e prata) que levavam em troca de objetos de cerâmica, vidro, panos e utensílios. Fundaram feitorias comerciais que eram os locais onde realizavam essas trocas. Embora haja uma maior presença no território que hoje forma a Espanha, encontraram-se vestígios destas colónias em diferentes locais como Alcácer do Sal, Aveiro, Póvoa do Varzim e sobretudo no Algarve.

A influência destes povos foi muito importante e fez-e sobretudo junto dos que habitavam o sudeste da Península, justamente os Iberos. Transformaram os modo de vida destes, pois deram-lhes a conhecer formas diferentes de vida quotidiana, com especial relevância para os Gregos. Deixaram importantes influências. 

Os Fenícios introduziram o torno de oleiro, desenvolveram técnicas específicas do trabalho do ferro e divulgaram a escrita alfabética. Os Gregos  desenvolveram muito a produção de cereais  e as atividades de conservação pelo sal através das salinas, assim como a difusão da cunhagem da moeda.

Os Cartagineses desenvolveram muito o comércio dos metais, da salga de peixe, das pescas e dos produtos agrícolas. A conservação dos alimentos pelo sal foi também foi utilizada pela civilização nascida em Cartago. Os Cartagineses entre os século V e IV a.C., formaram uma civilização de grande significado no Mediterrâneo, que só terminou no século III a.C., com o nascimento de um grande Império, o Romano.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Os Celtas e a sua influência na P. Ibérica

Os Celtas invadiram a Península Ibérica entre os séculos VIII e VI a.C., em movimentos sucessivos, com origem a partir do centro da Europa. A sua invasão concentrou-se na parte mais a norte da Península Ibérica. A ocupação da Península Ibérica tornou-se mais desenvolvida entre os séculos VI e III a.C. Neste período os Celtas vão alargar a sua influência para o centro da Península Ibérica até às zonas dos rios Tejo. 

Os Celtas estão associadas a uma civilização da Idade do Ferro e tiveram uma grande influência nos povos que habitavam a Península Ibérica. Os Celtas construíam aldeias fortificadas, os castros ou citânias, erigidos no cimo dos montes. As casas eram de forma circular, protegidas por um grupo de muralhas. Na zona de Guimarães, ainda é possível observar um conjunto deste tipo e que tiveram a influência desta cultura arqueológica da Idade do Ferro. 

Os Celtas desenvolveram com grande qualidade a metalurgia do ferro e também a do ouro e a da prata. Produziam carros de transporte com rodas com raios em madeira e um conjunto de objetos agrícolas em ferro. Esta aquisição permitiu-lhes melhorar a qualidade das suas colheitas. Não enterravam os mortos, mas incineravam os cadáveres, colocando as cinzas em objetos de cerâmica que depois enterravam em locais, onde juntavam também objetos pessoais.

Os Celtas misturaram-se com os Iberos e formaram uma nova unidade cultural a que damos o nome de Celtiberos. Os Lusitanos eram uma franja destes Celtiberos.  Os Lusitanos sofreram a influência da cultura celta e viviam num espaço espalhado pelo centro e norte em povoações fortificadas. Viviam da agricultura e da pastorícia, praticavam a metalurgia e também a tecelagem (linho e lã). Cada castro organizava-se autonomamente. Faziam um pão à base de bolotas de carvalho e praticavam exercícios guerreiros. Praticavam a guerra com facilidade, combatendo com pequenas armas com grande vivacidade. Adoravam a Natureza e também praticavam o culto dos mortos. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Os Iberos

Os Iberos terão fixado-se na Península Ibérica a partir do ano 1000 a.C., o que corresponde à transição da época do bronze para a época do ferro. Existindo algumas dúvidas sobre a sua origem, sendo dado a sua origem ou no norte de África, ou sendo mesmo originários da Península, dando o seu nome à derivação do nome Ebro, do rio, daí a semelhança com Iberus - Iberos. Sabe-se que na Idade do Ferro já habitavam a Península Ibérica.

Os Iberos eram povos agricultores e pastores e viviam em grandes povoados no cimo dos montes, em casas de forma retangular. Pensa-se que já construíam santuários, sobretudo para o culto dos animais. Já faziam a exploração de minérios. Já conheciam o arado, como outros povos e isso alterou as possibilidades das produções agrícolas melhorando as suas colheitas. Já conheciam a roda e já a utilizavam nos seus transportes. No espaço que hoje é formado por Espanha foram encontradas representações de carros com rodas, inclusive em pinturas rupestres, o que é de um período anterior à Idade do Ferro. OS Iberos estão associados à metalurgia do cobre e do bronze.

Os Iberos concentraram os seus mais importantes povoados no sul e sudeste  da Península Ibérica. Já faziam a produção de objetos de utilização quotidiana e assim desenvolveram a escultura, a ourivesaria e a cerâmica. Já tinham formas de expressão escrita que não se conseguiu ainda decifrar no seu significado.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

O Megalitismo

As comunidades agropastoris acreditavam que a Terra era a mãe que lhes permitia obter o que precisavam. Adoravam assim a Natureza e os astros. Por isso construíram monumentos de culto à fertilidade dos terrenos e das pastagens para os animais. Cultivavam também o culto dos mortos, pois acreditavam numa vida após a morte. A estas duas manifestações de arte damos o nome de megalitismo. 

Estas comunidades construíam outro tipo de monumentos a que chamamos as antas ou dólmenes. As antas tinham como objetivo depositar os mortos e prestar-lhes homenagem. Junto ao corpo juntavam objetos do quotidiano. As antas eram conjuntos de esteios de pedra colocados verticalmente formando um espaço circular, a que se dá o nome de câmara. Em cima, o espaço era coberto com uma laje de grandes dimensões. A entrada da anta tinha como uma porta em pedra sob a forma de uma laje. 

Junto das antas apareceram objetos diversos, como machados, pontas de seta, botões de osso, placas ornamentadas, contas de colar de osso ou âmbar. Nos esteios verticais em algumas estações arqueológicas foram encontrados decorações onde se notam figurações da imagem humana. 
As antas eram pedras colocadas na vertical, podendo ser considerados como elementos que indicavam espaços considerados importantes ou sagrados por estes povos. Também junto deles se faziam cerimónias de adoração da Natureza e de contemplação dos astros. 

Ainda de referir os cromeleques, círculos de pedras que serviam como relógios solares, pois estão organizados entre os espaços maiores e menores entre o nascer do Sol ao longo do ano. Eles comprovam que estas comunidades já conheciam a mudança das estações.